Facebook quer captar US$ 5 bi com IPO

Gustavo Chacra *

A rede social Facebook deu entrada ontem com o pedido de registro para sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). A companhia pretende levantar cerca de US$ 5 bilhões com a operação, que não tem ainda data oficial para ser realizada — a expectativa é que a abertura de capital seja feita em maio.

Se concretizada, a abertura de capital será a maior da história das empresas de internet. O recorde atual é do Google, que conseguiu captar cerca de US$ 1,4 bilhão com sua oferta inicial de ações, em 2004. O valor a ser captado pelo Facebook também poderá crescer até o dia da operação, dependendo da demanda pelos papéis.

A abertura de capital será capitaneada pelo Morgan Stanley, que venceu a batalha para comandar o processo, deixando os rivais Goldman Sachs e JP Morgan apenas como coadjuvantes. A escolha do banco se deveu, segundo analistas, ao sucesso em IPOs de outras empresas de internet em 2011, como o Groupon, de compras coletivas, e a Zynga, de jogos e aplicativos.

IPO do Facebook, de Zuckerberg, deve bater o recorde que hoje é do Google (Foto: STEVEN SENNE/AP)

Além disso, as relações do Facebook com o Goldman Sachs, que adquiriu US$ 2 bilhões em ações da rede social para clientes privados, teria esfriado nos últimos meses.

Valor
Caso o IPO seja um sucesso, como se espera, o Facebook terá um valor de mercado estimado entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões, equivalente ao dobro do atual, levando-se em conta a aquisição de ações feita pelo Goldman Sachs no ano passado. Esse montante, apesar de elevado, será inferior ao de outras gigantes da tecnologia como a Apple, o Google e a Microsoft.

O valor do Facebook dependerá em grande parte da capacidade de a empresa transformar o seu enorme banco de dados, com os hábitos de 800 milhões de usuários, em ferramentas rentáveis para a publicidade. Até agora, não há informações públicas sobre a saúde financeira da empresa de Mark Zuckerberg.

A decisão de abrir o capital obrigará o Facebook a publicar todas as suas informações, como receita, lucro, os salário de seus executivos e uma série de dados que servirão para os investidores decidirem se compram ou não as ações no mercado.

Uma das dúvidas levantadas ontem era se os valores estimados no IPO do Facebook sinalizam uma nova bolha das empresas de internet, similar à que explodiu no fim dos anos 1990.

A rede social voltada para o mercado profissional LinkedIn fez sucesso no seu primeiro dia na Bolsa, mas o valor nunca mais atingiu o mesmo patamar. Zynga e Groupon também vêm tendo desempenhos abaixo do esperado. * CORRESPONDENTE / NOVA YORK